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Morfologia
4. Conclusões e resumo das Unidades 3 a 5

Nas unidades 3 a 5 começamos a discussão sobre a morfologia propriamente, distinguindo dois tipos de processos morfológicos: a flexão e a derivação. Isolamos então as propriedades de cada um desses processos, concluindo que a flexão se opõe à derivação por basicamente três características: a regularidade do processo, presente na flexão e ausente na derivação; a obrigatoriedade dele, também presente na flexão e ausente na derivação, e a existência de concordância, característica apenas da flexão. Notamos também que apenas a flexão apresenta paradigmas, isto é, um conjunto de formas coesas, com pouca margem de variação.
Estas características que opõem derivação e flexão se tornaram critérios para avaliação dos processos morfológicos. Munidos deste instrumental, abordamos o problema da flexão nominal. Examinamos três tipos de sufixos que normalmente são tomados como sufixos flexionais (isto é, desinências): o que expressa número, o que expressa gênero e o que expressa grau. Com base nos três critérios alencados nas unidades anteriores, discutimos cada uma dessas desinências, concluindo que, no reino nominal, o único sufixo que é desinência sem nenhuma dúvida é o que expressa número; o que expressa gênero não encontra unanimidade entre os critérios que antes isolamos. Por seu turno, a expressão do grau em português só tem regularidade, e assim não pode ser considerada flexão nem nos nomes nem nos adjetivos.