2. A obrigatoriedade do processo: como no caso da expressão de pessoa e número, os morfemas modo-temporais não são opcionais, porque aqui também não é possível conjugar o verbo sem expressar algum tempo e modo. E toda a discussão que fizemos acima sobre a regularidade tem também uma implicação aqui para a questão da obrigatoriedade: a "fórmula" geral dos verbos no português se aplica obrigatoriamente a todos os verbos conjugados.
3. A existência de concordância: a concordância modo-temporal não é obviamente do mesmo tipo que a observada entre o sujeito e o verbo. Ela se parece mais com o "ponto de partida" que assumimos na expressão de número nos nomes, pois o tempo escolhido para figurar no verbo deve se adequar à descrição da situação no mundo. Mas é certo que esta desinência determina a distribuição de advérbios: ontem pode aparecer em uma sentença com o verbo conjugado em algum dos pretéritos, mas não numa sentença cujo verbo porta a desinência de futuro.