Há outros casos que não eram problema para a flexão de plural mas que agora colocam algum problema para a flexão de gênero; por exemplo, o par europeu/européia. Mas o raciocínio é sempre o mesmo: é preciso examinar algum derivado de europeu para ver se há alomorfes; se tomarmos uma palavra como europeizante, vemos que há um alomorfe que apresenta /i/ no lugar de /u/; é a esse alomorfe que se associa o morfema de feminino –a, como se vê em (17) .. O que acontece de especial nesta formação é a abertura da vogal /e/: em europeizante ela é pronunciada fechada, mas em européia ela se pronuncia aberta. No entanto, este fenômeno acontece também com outros casos, e não é só na presença do morfema de feminino; também com o morfema de plural observamos fenômeno semelhante com a vogal /o/ – vamos representar a vogal fechada como [ô] e a aberta como [ó ] Veja (18) Possivelmente você observou uma coisa interessante em tudo o que foi dito até agora: para saber como é uma forma na língua, é preciso conhecer outras palavras para poder comparar os morfemas e poder estabelecer quais são os alomorfes disponíveis, não é verdade? Voltaremos no final da unidade à discussão sobre a regularidade do gênero no português.