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Morfologia
É inegável que existem, sim, palavras que admitem flexão de gênero. Camara Jr. (1970) supõe que o masculino é a forma não marcada, como o singular na expressão de número , e que o feminino se faz pelo acréscimo do sufixo flexional -a. Assim, temos os pares em (12)
Porém, há casos também de alomorfia da base que devem ser analisados. Por exemplo, as palavras que terminam em -ão (outra vez!) merecem atenção especial. Novamente, devemos analisar três casos, exemplificados em (13)
Lembre que leão tomava um alomorfe para fazer o plural, que era [leone]. Este mesmo alomorfe será também usado para fazer o feminino, mas aqui será necessário eliminar a sílaba com a consoante nasal (-ne-), para então adicionarmos o morfema do feminino, como em (14) . Por seu turno, os sufixos aumentativos -ão têm um alomorfe -on, que deve substituir o sufixo original na palavra a ser flexionada, e o feminino se faz pela adição de -a a -on, como mostra (15) . O caso mais simples é órfão, que mantém intacto no feminino o alomorfe [orfan], que se vê em orfanato, no exemplo (16) ..