top
Morfologia
E mesmo quando as palavras designam seres sexuados no mundo, nem sempre o gênero vai corresponder diretamente ao sexo: testemunha é uma palavra de gênero feminino, quer se refira a um homem, quer a uma mulher. Vale o mesmo para o caso dos substantivos epicenos (na terminologia da GT).
O que é certo é que todos os substantivos do português têm um gênero definido, mas sabemos disso observando o gênero dos termos determinantes que aparecem ao seu lado, isto é, pela concordância. Não há nada na forma nem no significado dos substantivos que indique de forma inequívoca o seu gênero. É verdade que uma grande parte dos substantivos terminados em -o é masculina e a maioria dos terminados em -a é feminina, mas temos coisas como (um) planeta, por um lado, e (uma) tribo, por outro. Além do mais, temos substantivos como professor, mestre, lápis ou afã que não terminam nem em -o nem em -a, de modo que para eles não é possível prever nada. O pior de tudo é que não é possível dizer que todos os substantivos da língua se flexionam em gênero: isso é verdade para os pares menino-menina, peru-perua, mas não existe nenhum substantivo na língua que possa fazer par com criança, mesa ou idéia. Parece então que não é possível dizer que a flexão de gênero tem regularidade no português.