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Morfologia
Mattoso Camara nota ainda que no interior do grupo dos conectivos subordinativos há, em português, uma subdivisão: existem conectores especializados em conectar palavras, como no caso de cadeiras de praia que vimos acima; mas existem também conectores subordinativos especializados em conectar sentenças, tornando uma o termo determinante da outra (subordinando-a à outra, diria a GT), como se vê em (34)
No caso dos conectivos coordenativos, não há uma tal subdivisão interna: mas por exemplo , pode conectar tanto duas palavras (como em bonita mas infeliz) quanto duas frases (como está chovendo mas eu vou sair). Assim o quadro de conectivos do português pode ser resumido em (35):

Você vê a genialidade do Mattoso Camara nessa proposta toda? Ele combinou critérios e obteve um conjunto menor de classes do que o da GT, um conjunto que está limitado de algum modo. Não existem mais quantas classes a gente quiser inventar, mas um número restrito e ditado pelos critérios definidos. Ainda falta encaixar algumas coisinhas nesse esquema. O próprio Mattoso reconhece que os pronomes relativos (como aquele que aparece na sentença aqui está o livro que eu comprei) é ao mesmo tempo um pronome e um conectivo, um caso mais delicado para a sua classificação, mas você pode facilmente ver que, juntando (33) e (35), tem lugar nesta classificação para todos os elementos que a GT afirma serem classes independentes (à parte as interjeições, que não são propriamente uma classe de palavras).