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Morfologia
Esta definição de palavra que apresentamos em (16) é melhor do que a apresentada em (4), porque ela consegue incluir coisas que queremos chamar de palavras e que a definição em (4) não permitia – por exemplo, o artigo definido o. Mas observe que, colocando parte da nova tipologia de elementos na definição – formas livres e formas dependentes no caso – agora temos um problema para definir morfemas, que antes definíamos como um “pedaço de palavra”. É verdade que numa boa parte dos casos, os pedaços de palavras (que eram os nossos morfemas) correspondem ao que na nossa classificação chamamos de formas presas, como des- em desfazer ou -ção em destruição. Mas se existem formas livres que são compostas por um só morfema como luz, então morfema, além de ser pedaço de palavra, pode ser palavra também. Ih, complicou...
Será que tem algum problema a palavra ser um morfema? Estamos perguntando se tem problema a palavra ser também um pedaço de palavra. Como estamos insistindo que a palavra é a menor unidade de som e sentido com um certo comportamento, então fica meio estranha a estória de ter uma unidade menor do que ela e que pode funcionar como ela, é ou não é? E talvez existam ainda outros motivos pra gente ir mexer outra vez na definição de palavra, em especial nessa parte que fala de menor unidade. Quer ver por quê?