Se sabemos que elementos como anti- e -mente, que são pedaços de palavras mesmo, não podem mudar de lugar assim, então parece lógico dizer que me não é pedaço de palavra não, é palavra inteira mesmo... E não é só me que se comporta assim: por exemplo, o, aquele que aparece em sintagmas como o menino, também não é pedaço de palavra, por um lado, mas também não pode aparecer sozinho, por outro lado. O não muda de lugar como me, é verdade, mas repare o que acontece em (14) abaixo:
(14) a. O filho da Maria é inteligente b. O primeiro filho da Maria é inteligente
(14) nos mostra que entre o e filho é possível intercalar uma palavra inteirinha como primeiro, uma coisa que não é possível fazer com anti-:
(15) a. Lei anticonstitucional b. *anti- lei constitucional
Se (15b) que dizer alguma coisa, com certeza não é a mesma coisa que (15a), você concorda? Então parece que temos razão de achar que me e o são mesmo diferentes de anti- ou -mente...