Essa análise poderia ser representada esquematicamente da seguinte maneira, observando como isso acontece no exemplo a seguir:
Na frase (16), “O homem de bengala ao lado da moça caiu na escada porque se distraiu”, além dos sintagmas e da oração acima mencionados, temos também:
- outro sintagma verbal (cujo núcleo, em negrito, é o verbo) se distraiu.
- 1 sentença (cujo núcleo, em negrito, é a oração principal) O homem de bengala ao lado da moça caiu na escada [porque se distraiu].
Retomando a discussão inicial, como é que o conhecimento dos constituintes sintáticos nos permite saber que foi o homem que caiu e não a mulher? Façamos uma análise parcial dessa frase, focalizando o que mais nos interessa no momento, para entendermos melhor essa questão. A primeira palavra da frase é o artigo “o”. Os artigos são elementos dependentes nomes/substantivos e não podem aparecer sozinhos na frase. Quando nos deparamos com o artigo, então, sabemos que um sintagma nominal começou a ser construído mas ainda não foi terminado. Sabemos que um sintagma nominal precisa de um núcleo e, então, esperamos por um nome/substantivo para preencher esse papel de núcleo; um substantivo aparece logo em seguida, com a palavra “homem”. A princípio, o sintagma nominal poderia estar completo com “o homem”, pois um sintagma é a combinação de um elemento nuclear com pelo menos um elemento dependente (no caso, o artigo “o”). Contudo, após a palavra “homem”, nos deparamos com a preposição “de”. Sabemos, então, que um sintagma preposicional começou a ser construído para fazer alguma modificação/especificação da expressão “o homem”.