Para efeito de ilustração e para visualizarmos de forma mais concreta o que são gêneros textuais e qual o seu papel na Análise do Discurso, vamos ver o texto apresentado a seguir e, posteriormente, examinar algumas de suas características no que se refere a função comunicativa e organização retórica. Em relação a essas duas perspectivas, duas perguntas centrais são feitas na Lingüística Sistêmico-Funcional, uma das principais ferramentas utilizadas na Análise do Discurso (e sobre a qual já tecemos comentários ao tratarmos de registro ), são: “o que as pessoas fazem com a linguagem?” e “como a linguagem se estrutura para veicular o sentido pretendido?”. Logo depois de ver a história que segue, focalizaremos aspectos centrais dessas perguntas. Esta história foi produzida originalmente em uma conversa informal gravada na qual uma senhora, em Florianópolis, respondeu a uma pergunta de um pesquisador. Veja a conversa. Uma das tarefas centrais do analista do discurso – e essa tarefa responde às duas perguntas formuladas anteriormente – é estabelecer para cada gênero textual as unidades de análise e especificar as suas funções. Cremos que os gêneros textuais são as unidades maiores, com funções mais ou menos específicas, sobre as quais a Análise do Discurso se debruça. Cada gênero, por sua vez, pode se compor de unidades menores que o constituem, cada uma delas exercendo uma determinada função comunicativa. Em termos de sua classificação como gênero, a história transcrita anteriormente é chamada de narrativa pessoal. Vamos analisar, especificamente, a sua função comunicativa e a sua organização retórica.
REGISTRO Registro é a configuração de escolhas lingüísticas apropriadas a cada contexto de acordo com as variáveis campo, relações e modo. Em outras palavras, o registro pode ser definido como o conjunto de escolhas que fazemos de elementos da linguagem – em diferentes contextos – em termos de campo, relações e modo.