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Análise do Discurso L06
         
 
De acordo com a fala do próprio presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva, “os estudantes de escola pública, geralmente de família de baixa renda, muitas vezes chegam ao vestibular em desvantagem em relação aos alunos de escolas e cursinhos particulares”
Apesar de percebermos que o discurso do presidente não é assertivo a ponto de afirmar categoricamente que os estudantes da escola pública sempre chegam com desvantagem ao vestibular, se comparados aos estudantes de escolas particulares, temos aí a aceitação (um posicionamento ideológico) de que a escola pública é fraca se comparada à escola particular. Podemos inferir, ainda, a partir dessa fala do presidente, que a escola pública, freqüentada por alunos de famílias socioeconomicamente menos favorecidas, não é adequada para quem pode pagar. Diante disso, temos reforçada a idéia da falência do ensino público fundamental e médio – como se isso fosse uma realidade natural da vida.
Dentro do raciocínio que estamos desenvolvendo, o papel do governo deveria ser o de fortalecer a escola pública em todos os níveis de ensino – contratar professores qualificados para a disciplina em que atuam, estimular e promover educação continuada para tais professores, proporcionar a esses profissionais e a seus alunos condições favoráveis tanto do ponto de vista do espaço físico da escola quanto da sua infra-estrutura, oferecer um plano de cargos e salários compatíveis com a dedicação necessária à profissão etc. – e não adotar soluções paliativas, tais como alocar vagas para os alunos provenientes da impotente escola pública, medida que atua sobre a conseqüência de um ensino público deficitário e não sobre a causa.