Para fazer frente às dificuldades descritas cabe, não somente, à família, à escola e aos órgãos públicos, mas também aos surdos abrir a discussão a esse respeito. É preciso lutar para a implantação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento e promoção dos surdos, evitando que se submetam ao mercado informal de trabalho ou ainda, desempenhem funções que não são valorizadas socialmente. Para que isso seja possível, devem desenvolver ações em conjunto para a integração do surdo no mercado de trabalho. No que se refere a estas ações, um aspecto fundamental é a questão da escolha profissional. Muitas vezes não são respeitadas as aptidões, habilidades, interesses, nível de escolaridade da pessoa surda, restringindo suas opções de formação a poucos cursos devido à facilidade de intérpretes e/ou convênios firmados. Com isso não há o respeito ao surdo, às suas escolhas, aos seus desejos e suas inclinações. Concluímos esta unidade afirmando que as questões relativas à formação profissional dos surdos englobam vários fatores que devem ser analisados conjuntamente, respeitando os aspectos lingüístico-culturais específicos da surdez, de modo a estimular e propiciar a autonomia, rompendo com o preconceito de que o surdo é improdutivo e incapaz e que necessita de tutela para o pleno e autêntico exercício da cidadania.