Os modelos apresentados, especificamente o Modelo dos Esforços, foram rapidamente comentados e servem como pano de fundo para o intérprete pensar/compreender os seus caminhos, desenvolvendo técnicas para realizar o seu trabalho. O ato interpretativo não é nada simples e inúmeras variáveis estão em jogo. Para complementar a discussão, vejamos a representação de Lopes (1997) em que o autor compara as diferenças e similaridades do processo de tradução e de interpretação:
Assumo com o pesquisador que embora o quadro possa ser útil para fins de comparação, o processo de interpretação apresenta características complexas, marcado por uma natureza singular e evanescente. Por isso, várias “barreiras” amplificam o árduo trabalho do intérprete na intermediação do discurso entre dois idiomas: bagagem cultural, conhecimento de mundo, formação educacional, dentre outras. Alem do mais, o intérprete precisa ter conhecimento da situação de comunicação, das expectativas e exigências da audiência, e domínio nas duas línguas em que transita – afinal, neste último caso, as características morfossintáticas de cada língua impõem facilidades ou dificuldades no trânsito entre uma e outra. Isto porque as línguas não são transparentes; nem os seus significados, pois precisam ser inferidos no contexto. Tanto o tipo de texto como o contexto são fatores relevantes para a interpretação. E é disso que falaremos a seguir.