A visão de mundo que prega a filosofia religiosa (com destaque ao Judaísmo, Cristianismo e Islamismo) afirma que o princípio de tudo é o Criador, o “Pai Nosso”. Ele criou o universo e as coisas. Assim sendo, o homem é a imagem e semelhança de Deus Pai, que ao morrer terá vida eterna ao lado do Criador. A ética nada mais é do que o aperfeiçoamento de si e a obediência ao Pai, conforme prega os ensinamentos dos Livros Sagrados e nas interpretações da Igreja (Marchionni, 2008: 63). Na visão de mundo que prega o espiritualismo cósmico (com destaque ao Hinduismo, Budismo, Taoísmo, Xintoísmo, e Confucionismo), veremos que todas as coisas são habitadas por um Espírito. Há um sentido ampliado no que seria Deus – trata-se de algo e, considerando que tudo é Deus, cada vertente nomeia de formas distintas os seus Deuses (Brahma, Prana, Tao...). O homem é parte desse cosmos e “é movido pelo desejo de aperfeiçoar-se em sintonia com a Lei do Cosmos”. (Marchionni, 2008: 62). E por fim, a terceira visão de mundo, a filosofia materialista postula (com destaque ao Neo-iluminismo, Positivismo, Marxismo, Freudismo, Existencialismo e Desconstrutivismo) que a matéria é o começo de tudo, não existindo nada fora dela. A palavra materialismo exprime justamente isso: ela “é o princípio e o fim, o alfa e o ômega”. Neste viés, Deus inexiste; é uma fantasia ou projeção do próprio homem não realizado. O homem é em si mesmo uma divindade, cuja alma é composta simplesmente de células nervosas cerebrais. Move-se “pelo instinto da nutrição e da sobrevivência, pelo instinto do poder, e pelo instinto da libido”. A definição de ética, portanto, seria o movimento que os indivíduos fazem para permitir uma convivência com outras pessoas. Considerando que não se acredita numa existência após a morte, “o julgamento ético das ações é feito na perspectiva de uma vida humana que começa no útero da mãe e acaba na cova”. (Marchionni, 2008: 62).