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Linguistica Aplicada L8






Bagno (1999: 15) faz uma forte crítica a essas duas questões e nos diz que tais mitos são muito prejudiciais, pois ao se apagar a diversidade multilíngüe e a variedade lingüística do português no Brasil, a escola se apropria e naturaliza essas visões funcionando como um local normalizador, visando trazer cada elemento e/ou realidade desviante para o espaço “igualitário” da norma. Ela (a escola) impõe “sua norma lingüística como se ela fosse, de fato, a língua comum a todos os 160 milhões de brasileiros, independente de sua idade, de sua origem geográfica, de sua situação sócio-econômica, de seu grau de escolarização etc.” É muito apropriado nesta discussão, por exemplo, nos remetermos às críticas feitas por Skliar (2006) quando enfatiza a importância de rejeitarmos os discursos e/ou representações da “normalidade”:

...do ‘normal’ corporal, do ‘normal’ da sexualidade, do ‘normal’ da língua, do ‘normal’ do aprendizado, do ‘normal’ do comportamento, do ‘normal’ da escrita, do ‘normal’ da leitura, do ‘normal’ da atenção, do ‘normal’ escolar etc [ênfase nossa].