Há também uma outra forma de utilizar pontos de referência para referentes animados numa conversação. Esse processo é chamado, como visto anteriormente, de ‘Role Shift’ e consiste no uso da perspectiva dos pontos de referência (por meio do direcionamento do olhar ou do posicionamento do tronco do sinalizante para os pontos de referência) ao invés da apontação para os mesmos pelo sinalizante. É possível dizer, segundo o autor, que as diferenças entre a apontação anafórica e o Role Shift são similares às diferenças do discurso direto e indireto. Entretanto, o Role Shift vai além do discurso direto, pois serve tanto para relatar discursos quanto para relatar ações e não é restrito a humanos, serve para qualquer ser animado. Com os dados apresentados acima, o autor conclui que a SSL não apresenta uma categoria gramatical para pronomes pessoais, mas que emprega um sistema complexo de termos de locação dêitica e suas extensões anafóricas para referenciar pessoas. Para BERENZ.& FERREIRA-BRITO (1987), que apresentam dados da ASL e da LIBRAS os pronomes pessoais funcionam como pronomes reais e não como uma forma única com um local referencial associado e nem como advérbios locativos, como proposto pelos autores anteriormente mencionados. Para sustentar essa afirmação, as duas autoras trazem como argumentos os seguintes aspectos: a) os pronomes em ASL e Libras se ajustam à definição de pronomesdada por LYONS (1977) b)a orientação é um parâmetro para o sistema de pronomes c)a locação em Libras e ASL é mais do que apenas uma locação real do mundo.