Sendo assim, a pergunta que se faz, conforme visto anteriormente, é se o hemisfério esquerdo é responsável apenas pelas línguas faladas ou se é a base de uma representação mais abstrata da forma lingüística, independentemente da modalidade em que a linguagem é transmitida.
Para respondê-la, BELLUGI, POIZER e KLIMA (1989) resolvem investigar na ASL como as funções dos dois hemisférios são organizadas em sinalizantes surdos. Já que o hemisfério esquerdo em ouvintes é responsável pela função lingüística e o direito pelas funções visual-espaciais, é esperado que nas línguas de sinais haja uma combinação de ambos os hemisférios para uso destas capacidades. Desta forma, os pesquisadores desenvolveram um conjunto de provas experimentais para investigar a capacidade visual-espacial bem como níveis específicos de processamento lingüístico para as línguas de sinais. Com isso, eles pretendiam determinar se um usuário da ASL com lesão cerebral e dificuldades em sinalizar apresenta tais dificuldades devido a um problema lingüístico, ao uso de símbolos ou ao controle de movimentos. Para este estudo, foram utilizados sinalizantes surdos que apresentavam lesão no hemisfério esquerdo e outros com lesão no hemisfério direito do cérebro.