Vimos, na Unidade 3, que a Teoria Associativa-Cognitiva CREED utiliza princípios de teorias baseadas no uso da língua – ou melhor, da língua em uso, em contraposição a princípios formulados a partir de situações hipotéticas ou idealizadas. Essa é uma tendência forte nos estudos de aquisição e uma conseqüência é que a área incorporou teorias, conceitos e noções que extrapolam os aspectos lingüísticos e psicolingüísticos que tentam explicar o que se passa na mente do aprendiz. Uma dessas teorias é a Teoria Sociocultural, cujo principal representante na área de L2 é Jim Lantolf .
A Teoria Sociocultural, baseada no trabalho do psicólogo russo Vygotsky, tem como fundamento a ontologia do individuo social. Nessa teoria, a aquisição de segunda língua é um processo situado contextualmente e é a partir dessa perspectiva que a teoria explica os processos cognitivos relacionados à aprendizagem. Os processos de desenvolvimento cognitivo são implementados através da participação do indivíduo em contextos com estrutura cultural, lingüística e histórica. Exemplos de tais contextos são a vida em família, a interação entre colegas e contextos institucionais tais como a escola, as atividades esportivas organizadas e o local de trabalho. A Teoria Sociocultural reconhece que a neurocognição é importante para explicar nossos processos mentais de ordem mais elevada (como a memória, por exemplo), mas as atividades cognitivas mais importantes se desenvolvem através da interação social.