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Aquisição da Segunda Língua
Evidência negativa provavelmente também nos ajuda a restabelecer parâmetros na segunda língua. Entretanto, o fato de que geralmente não alcançamos, na segunda língua, o mesmo grau de competência que temos em nossa L1, põe em dúvida nosso acesso à GU e abre a possibilidade de considerarmos esses dois processos de aquisição como fundamentalmente diferentes.

Por fim, com relação ao estado final da aprendizagem (a terceira pergunta que pesquisadores que se afeiçoam a essa teoria procuram investigar), você sabe, por experiência, que há uma grande variação entre os aprendizes em termos de quanto e como eles conseguem adquirir a segunda língua. Sabemos que, no caso da L2, mesmo que esses aprendizes sejam expostos ao mesmo insumo na mesma quantidade e nas mesmas condições, haverá uma grande variação no resultado final da aquisição, com alguns adquirindo mais e outros menos, de forma mais rápida ou mais devagar. Além disso, o ritmo e a quantidade de aprendizagem variam também ao longo das diferentes dimensões da língua (fonológica, morfológica, sintática, semântica e pragmática, por exemplo). Em contrapartida, em se tratando da nossa L1, a variação individual é mínima: todos somos bem sucedidos em nosso processo de aquisição da língua materna e somos perfeitos usuários por volta da mesma idade. A questão do ‘sucesso’ na aquisição de L2 é um dos grandes desafios que os teóricos que partilham da visão da Gramática Universal têm a sua frente.