por exemplo, 3;06.20 = três anos, seis meses e vinte dias. Dados retirados de Grolla (2000)):
(2) Eu gosto de astonauta, mas aquele que anda assim, eu num gosto, ele é feio. (3;06.20) (3) Eu quero brincar com quê? (3;11.23) (4) O que que ela está pegando? (3;09.01) A estrutura em itálico em (2) é bastante complexa. A oração relativa “aquele que anda assim” é o tópico da sentença “eu num gosto”. É muito improvável que a criança tenha ouvido essa sentença em seu input antes de a produzir. O mesmo ocorre com (3), em que a criança produz uma pergunta com a palavra interrogativa (quê) no final da sentença. É interessante observarmos que (3) é uma pergunta com a palavra interrogativa in situ, ou seja, localizada na posição em que é interpretada. Já a pergunta em (4) possui a palavra interrogativa (o que) no início da sentença. Em português brasileiro, as perguntas com um elemento interrogativo (por exemplo: quem, quando, o que, como, porque, onde), chamadas de “perguntas–QU”, podem ser construídas dessas duas maneiras: ou com o elemento interrogativo no início da sentença ou no lugar em que ele é interpretado, in situ.