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Aquisição da linguagem L8B8
Assim, a função do experimentador era fornecer oportunidades para a criança produzir sentenças com “want” e “to”, para depois verificar se ela fez a contração. No caso acima, a contração é lícita, já que a palavra interrogativa “o que” é objeto do verbo “comer” Outro tipo de conversa  tentava eliciar casos em que a contração é proibida para os adultos.
Neste caso, a contração é ilícita porque a palavra interrogativa “quem” é o sujeito do verbo (“você quer que quem vá passear?”). Usando esta técnica, eles entrevistaram 21 crianças. 19 crianças produziram perguntas completas (existia a possibilidade de se perguntar somente “quem você quer?”, que seria uma pergunta incompleta). No caso em que a contração em “wanna” era permitida, as crianças usaram a forma contraída em 59% das respostas. Já quando a contração era proibida, somente uma criança produziu perguntas usando a forma ilícita.
Esses resultados indicam que crianças muito novas, com menos de 5 anos de idade, já sabem as restrições no uso de “wanna”, apesar de não terem sido explicitamente ensinadas. Dado que as crianças adquirindo inglês nunca são formalmente ensinadas essas regras (mesmo os falantes adultos não estão conscientes de que têm esse conhecimento), podemos nos perguntar como é que elas sabem quando podem fazer a contração e quando não podem.
Esta falta de instruções sobre propriedades das línguas naturais tem sido observada por lingüistas ao longo dos anos e os pesquisadores apontam para a disparidade entre o que os falantes sabem de sua língua e o input que eles recebem quando estão adquirindo a língua. Dada a limitação da experiência da criança, os lingüistas argumentam que deve haver algum conhecimento lingüístico inato para dar conta do conhecimento final da gramática a que o adulto chega. Esse argumento é chamado de “argumento da pobreza de estímulo”.