Como mencionado acima, toda criança normal adquire uma língua natural, sem nenhum treinamento especial e semum input lingüístico seqüenciado, ou seja, sem nenhuma preocupação com a ordem em que as sentenças são faladas às crianças. Essa propriedade da aquisição de linguagem é chamada de universalidade da linguagem (Crain e Lillo-Martin (1999)) . Embora as línguas naturais sejam muito diversas, o curso de aquisição de linguagem é o mesmo em qualquer língua, como tem sido observado translingüisticamente . Para explicar o processo de aquisição de linguagem, uma teoria lingüística tem de dar conta dessa universalidade da linguagem e responder o que é especial sobre linguagem, e sobre as crianças, que garante que elas irão dominar um sistema de regras rico e complexo num período em que elas estão apenas entrando em idade escolar. Outra observação que deve ser ressaltada se relaciona com os dados lingüísticos primários – a experiência lingüística da criança e com a qual ela adquire linguagem. Em algumas comunidades, a criança passa bastante tempo com os adultos, que dão muita atenção a elas. Se esse fosse sempre o caso, poderíamos sugerir que a linguagem é ensinada às crianças pelos seus pais ou responsáveis. No entanto, encontramos comunidades em que as crianças recebem menos atenção individual dos adultos, mas mesmo assim acabam adquirindo linguagem da mesma forma que aquelas que recebem mais atenção. Existem até mesmo comunidades em que os adultos não conversam diretamente com as crianças, que se comunicam apenas com outras crianças. Apesar dessas grandes diferenças de experiência lingüística, em todos esses casos, as crianças numa comunidade adquirem a língua daquela comunidade.