Bickerton (1999) apresenta estudos com creolos. Ele tem argumentado que a gramática dos creolos é desenvolvida pela criança. Ele concorda com a proposta de pidgin estabilizado que passa a ser usado pelos adultos e pelas crianças; no entanto, as crianças expostas a um pidgin menos estruturado são capazes de produzir níveis mais complexos da linguagem, chegando ao creolo. Os estudos de Bickerton focam no desenvolvimento de pidgns mais iniciais à creolização. Ele observa que há um exercício da capacidade inata de transformar um input mais elementar exibindo os dispositivos gramaticais inatos em níveis mais complexos da linguagem, uma morfologia produtiva, utilização de sentenças encaixadas, marcação de aspecto, uso de sentenças relativas, ordem da frase, mesmo quando isso não se apresenta no pidgn a que a criança está exposta. Ele atribui ao mecanismo inato a possibilidade de desenvolver esta complexidade lingüística.
Estes estudos evidenciam que as crianças desenvolvem dispositivos gramaticais nas línguas, mesmo quando estas línguas (pidgns) não apresentam certa complexidade, mesmo diante de um input empobrecido. Os estudos de creolização e de sinais caseiros sugerem que as crianças introduzem sistematicidade aos seus sistemas lingüísticos, mesmo que não haja tal complexidade disponível em seu input.
Quadros, Cruz e Pizzio (2007) realizaram um estudo experimental para avaliar o desenvolvimento de crianças/adolescentes surdos diante de diferentes idades de acesso à língua de sinais (input); analisar o desenvolvimento da linguagem nessas crianças surdas, considerando os contextos de aquisição da língua de sinais; e verificar se os resultados desta pesquisa sustentam a hipótese do “input empobrecido” e a hipótese do “período crítico/sensível”.