Em outra pesquisa realizada por Singleton & Newport (apud Singleton & Newport, 2004), os autores concluíram que crianças surdas filhas de pais ouvintes que foram expostas à língua de sinais americana depois dos 12 anos, comparadas àquelas expostas desde a mais tenra idade, apresentaram dificuldades em relação a alguns tipos de construção.
Há vários tipos de evidência empírica para sustentar que a aquisição da linguagem é restringida ou baseada em princípios universais relacionados com regras gramaticais ou padrões das línguas naturais. Esses resultados que identificam similaridades (ou universais) entre línguas não relacionadas do mundo; padrões universais ou estágios de aquisição da linguagem (Slobin, 1985); e evidência de um período crítico ou sensível para que a aquisição da linguagem aconteça de forma mais adequada favorecem esta análise. Estudar crianças que não têm input ou que têm input mínimo é difícil, devido à inexistência destes casos. No caso específico da criança surda, infelizmente, estes casos podem ainda ser encontrados. Na ausência do input, espera-se que a criança não ative sua capacidade para a linguagem. Por outro lado, mesmo diante de um input pobre, em função da existência dessa capacidade, a criança pode ativar a linguagem de forma adequada.
Assim como Chomsky (1981) percebeu, mesmo em contextos normais de aquisição, o input não é completo, no sentido de oferecer todos os elementos que compõem uma determinada língua. Mesmo assim, a criança é capaz de, a partir desses estímulos, atingir uma língua com todas as possibilidades que apresenta. Então, o que parece determinar a aquisição da linguagem é o que está por trás da expressão lingüística, ou seja, são princípios que regem a aquisição da linguagem. Assim, os estudos da linguagem podem ser desenvolvidos a partir dos estudos da aquisição da linguagem em diferentes contextos lingüísticos. Chomsky chama a atenção para o fato de que mesmo havendo um input dito normal, ele ainda assim pode ser inconsistente e apresentar diferentes níveis de complexidade. Estudos realizados com crianças diante destes diferentes contextos lingüísticos mostram que mesmo assim a criança desenvolve a linguagem com uma forma diferente e mais complexa do que aquela apresentada no seu input.