Domínios propriamente ditos (isto é, domínios básicos), são estruturas conceituais que, tanto quanto frames, fornecem informação para o entendimento do significado de expressões lingüísticas. Enquanto os frames são estruturas de conhecimento construídas a partir de nossas experiências sócio-culturais, os domínios são estruturas de conhecimento que emergem a partir de nossa experiência sensório-perceptual do mundo exterior, ou de experiências subjetivas, como a emoção. Por exemplo, para entender o que é uma falange, precisamos saber o que é dedo; para entender o que é dedo, precisamos entender o que é mão; para entender o que é mão, precisamos entender o que é braço; para entender o que é braço, precisamos entender o que é corpo humano; e para entender o que é corpo, precisamos entender o que é espaço. Esses conceitos juntos formam uma matriz de domínios, e o conceito de falange é entendido em relação a essa matriz. É por isso que dizemos que uma expressão lingüística, como uma palavra, por exemplo, serve como ponto de acesso a todo um inventário de conhecimento associado a ela. Mas, se um conceito está associado a toda uma matriz de outros conceitos subjacentes a ele, é preciso verificar quais são os aspectos dessa matriz que são realmente importantes para o entendimento de um conceito em particular. Vamos entender isso por meio de um exemplo clássico da literatura lingüística. Vamos pensar na palavra ‘hipotenusa’. Essa palavra se refere ao lado mais longo de um triângulo de ângulo reto, ilustrado como mostra a figura. A hipotenusa corresponde à linha em negrito.