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Semântica e Pragmática
         
 
Nos termos da teoria de protótipos, as categorias não têm limites definidos.  Alguns teóricos chegam mesmo a afirmar que as categorias não têm quaisquer limites.  A idéia é a de que só os protótipos podem ser considerados membros inquestionáveis de uma categoria.  Os demais membros vão ser mais ou menos pertinentes a uma categoria, dependendo de sua semelhança com o protótipo (lembrem-se da idéia de semelhança de família, proposta por Wittgenstein, mencionada acima!).
Em princípio, não existe nenhuma regra sobre quanto um exemplar pode se afastar do protótipo e ainda ser considerado um membro da categoria.  Algumas pessoas podem ser mais observadoras do que outras e perceber semelhanças entre o exemplar e o protótipo que passam despercebidas por outras pessoas.  Essas pessoas mais observadoras vão certamente incluir o exemplar na categoria; as outras pessoas vão tender a deixá-lo de fora.
Desse modo, voltando a tomar como exemplo a categoria FRUTA, o exemplar ‘maçã’ seria inquestionavelmente considerado um membro da categoria.  Outros, como ‘pêra’, ‘laranja’, ‘banana’, etc. também tenderiam a ser considerados membros da categoria, por causa de alguma semelhança que tenham com o protótipo ‘maçã’.  Essa semelhança pode estar relacionada ao formato físico dessas entidades, à sua função, ou a qualquer aspecto da experiência que as pessoas têm com essas entidades (como o lugar onde são vendidos e guardados em casa, ou as circunstâncias em que são comidas).  Diferentemente, um exemplar como ‘azeitona’ seria visto como uma entidade que se afasta muito do protótipo.  Muitas pessoas devem ficar sem saber se ‘azeitona’ é ou não um membro da categoria FRUTA.