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Psicolinguística
2.2.2 Experimentos sobre as unidades perceptuais

As propostas sobre as unidades perceptuais, inicialmente, foram uma tentativa de conciliar os modelos da segunda geração de psicolingüísticas à teoria chomskyana. Com isso, novas hipóteses foram formuladas a fim de mostrar a correspondência das unidades perceptuais às estruturas de superfície.

- Em 1965 e 1966, Gough pediu para que os sujeitos julgassem verdadeiro ou falso algumas figuras emparelhadas com sentenças passivas e ativas. Os experimentos comprovaram que o tempo de resposta para as sentenças passivas era maior.

- Os experimentos que consistiam na utilização de cliques em passos das sentenças foram usados em 1965 por Fodor e Bever e refinados em 1966 por Garrett, Bever e Fodor. Com essa técnica eles constataram que os sujeitos, que deveriam identificar os cliques após haverem escrito a sentença, recolocavam-nos sempre na juntura que separavam os constituintes maiores da sentença;

- Em 1967, Mehler, Bever e Carey demonstram que as fixações oculares durante a leitura é uma estratégia que depende de todos os níveis da estrutura sintagmática de superfície das sentenças.


Apesar dos esforços de validação do modelo, uma crise surgiu no seio da teoria gerativa transformacional, trazendo à tona os dilemas da psicologia experimental. Com isso, alguns dos pesquisadores dessa segunda geração começaram a expandir seus modelos que apresentaram novas estratégias de processamento. E mais marcadamente autônomo, tanto da lingüística como dos modelos chomskyanos, o modelo de Bever (1970), cuja preocupação era demonstrar as relações entre os mecanismos perceptuais e as estruturas conceituais.

Falamos até aqui sobre estudos realizados em países europeus e norte-americanos, mas eles tiveram reflexos aqui no Brasil, vamos nos inteirar a respeito no próximo tópico.