Repare que esta definição de Anderson alarga a noção de concordância de um jeito interessante, sem lançar mão do contexto discursivo. Retomando nesta nova ótica a discussão sobre o gênero, diremos que ele é sem dúvida um processo flexional na língua, pois, embora o gênero no substantivo seja uma propriedade inerente (cada substantivo tem seu gênero determinado lexicalmente), esta propriedade se espalha pelo grupo nominal inteiro (e às vezes mesmo fora dele) na sentença. O mesmo se pode dizer do morfema modo-temporal: é indiscutível que a escolha de um tempo e modo determina a forma das locuções adverbiais que por ventura venham a aparecer na sentença.