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Morfologia
O caso de palavras terminadas no ditongo nasal -ão tônico ou átono é mais complicado, porque o português tem três morfemas -ão diferentes, como mostra (8)
A primeira estrutura, a de (8a), é a mais simples, pois não toma alomorfe para fazer o plural, que se faz então simplesmente adicionando-se -s à palavra. As outras duas estruturas são mais difíceis, porque tomam um alomorfe, identificável em outras formas delas como panificadora ou leonino. Olhando só a parte grifada dessas palavras, temos a forma do alomorfe delas que deve entrar na flexão de número : /pani/ e /leoni/, que na verdade são /pane/ e /leone/, já que em nenhum dos dois casos a vogal final é tônica (uma observação: em posição átona final, a maioria dos falantes do português brasileiro escreve -e mas pronuncia /i/ sistematicamente...).
Vamos então ver exatamente como é o alomorfe: em ambos os casos, a consoante nasal deixa de existir mas antes disso transfere sua nasalidade para a vogal da sílaba anterior, fornecendo as formas /pãe/ e /leõe/. Basta agora adicionar o morfema de plural! Muito complicado? Veja o esquema dos passos de construção desses alomorfes em (9)
Ah, é preciso ainda dizer que (8c)/(9b) é a estrutura mais comum no português e então essa você teria que explicar direitinho para o marciano. Difícil? Não! Seguramente você já pode construir os alomorfes pra ele ver!
Assim, mostramos que o morfema de plural se aplica a todos os elementos nominais da língua! Vamos para o próximo critério.