Por isso, vamos conhecer autores que refletiram sobre o assunto, cujas contribuições ainda hoje permanecem válidas. Um dos primeiros escritores a desenvolver uma teoria da tradução foi o humanista francês Etienne Dolet (1509-1546). Em “A maneira de bem traduzir de uma língua para outra” (1540), Dolet estabeleceu cinco princípios para o tradutor:
1. o tradutor deve entender perfeitamente o sentido e a matéria do autor a ser traduzido; 2. o tradutor deve conhecer perfeitamente a língua do autor que ele traduz; e que ele seja igualmente excelente na língua na qual se propõe traduzir; 3. o tradutor não deve traduzir palavra por palavra; 4. o tradutor deve usar palavras de uso corrente; 5. o tradutor deve observar a harmonia do discurso (2004: 15-9).
Segundo Bassnett,
os princípios assim preconizados e hierarquizados por Dolet acentuam a importância da compreensão do texto de partida como requisito fundamental. O tradutor é muito mais do que um lingüista competente e a tradução envolve uma aproximação ao texto de partida com conhecimento de causa e com sensibilidade, bem como a percepção do lugar que a tradução pretende ocupar no sistema da língua de chegada (2003: 98).