Neste caso, cada verso tem dez sílabas métricas, o que confere uma certa regularidade rítmica ao poema. Cabe ainda falar da rima nas palavras finais dos versos. Observe como o primeiro verso termina com as mesmas letras do quarto verso: atento e pensamento; o segundo verso termina igual ao terceiro verso: tanto e encanto. Nos outros versos você também reconhece as rimas, nas palavras finais dos versos. Agora podemos voltar à poesia brasileira, em um seu momento importante, no final do século XIX. Esse movimento foi chamado Parnasianismo. Tal nome veio de um monte grego, chamado Parnaso, que deu nome a uma revista francesa, chamada Le Parnasse Contemporain, em que os poetas franceses da época (segunda metade do século XIX) publicavam suas criações. A principal preocupação dos poetas parnasianos era a perfeição formal. Observem que eles cultivavam também a linguagem apurada e preciosa. Usavam um vocabulário sofisticado, requintado e complexo. Lançavam mão do soneto, que vimos anteriormente, dos versos decassílabos (alguns utilizavam também o verso de 12 sílabas) e da chave-de-ouro. O que era a chave-de-ouro? Era o verso final dos sonetos que objetivava terminar com perfeição o poema. Vamos conhecer dois sonetos do século XIX para você ver a chave-de-ouro.