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Fonética e Fonologia
         
 
Apesar de todas as línguas apresentarem variação, muita gente pensa e se refere a uma língua considerando unicamente a forma padrão.  Assim, surge uma pergunta: O que é um dialeto padrão? De que forma é possível identificá-lo na LIBRAS? Em primeiro lugar, é preciso estabelecer um princípio lingüístico: não existe um dialeto melhor do que o outro, mais correto ou certo. Os gramáticos normativos consideram geralmente que as formas corretas da língua são os dialetos usados na literatura, em documentos impressos, dialetos ensinados nas escolas e difundidos pelos órgãos de comunicação social e/ou os dialetos usados pelos dirigentes políticos, pelos empresários... Um dialeto padrão não é nem mais expressivo, nem mais lógico, nem mais complexo, nem mais regular do que qualquer outro dialeto. O que queremos dizer quando afirmamos que alguém usa a forma padrão é que o dialeto que essa pessoa usa em situações formais é mais ou menos semelhante, em gramática e vocabulário, ao padrão utilizado por líderes surdos na comunidade de surdos, geralmente aqueles mais escolarizados, e/ou pelos instrutores de LIBRAS.
Como é que um dialeto torna-se o dialeto padrão?  Assim que um dialeto começa a impor-se, ganha, na maior parte dos casos, uma certa dinâmica.  Quanto mais ?importante? se torna, mais usado é; e quanto mais usado é, mais importante se torna. Pode ser o dialeto usado nos centros culturais (ou educacionais) de um país e pode estender-se a outras regiões. (FROMKIN & RODMAN, 1993, p. 273). Nas comunidades de surdos esse fenômeno também ocorre com freqüência, já que essa dinâmica tende a se impor entre surdos de regiões diferentes.