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Fonética e Fonologia
         
 
Ao estudarmos as línguas de sinais, estamos tratando também das relações entre linguagem e sociedade.  A lingüística, ao estudar qualquer comunidade que usa uma língua, constata, de imediato, a existência de diversidade ou de variação, ou seja, a comunidade lingüística (no caso aqui investigado, a comunidade de surdos) se caracteriza pelo emprego de diferentes modos de usar a língua de sinais.  A essas diferentes maneiras de fazer sinais, utiliza-se a denominação de ?variedades lingüísticas?.
Os usuários da língua de sinais brasileira conseguem se comunicar uns com os outros e entendem-se bastante bem, apesar de não haver sequer dois que façam sinais da mesma maneira. Algumas diferenças devem-se à idade, escolaridade, maior ou menor contato com a comunidade surda, sexo, classe social, personalidade, estado emocional.  O fato de sermos capazes de identificar pessoas conhecidas pela forma como falam (nas línguas orais) ou pela forma como fazem sinais (nas línguas de sinais) mostra que cada pessoa tem uma maneira característica de usar a língua, diferente das outras.  Denominam-se idioletos as maneiras únicas do modo de falar/ ou sinalizar de cada indivíduo.  Para ilustrar a noção de idioleto transcrevo um diálogo entre surdos, em pesquisa realizada por Karnopp (2004) sobre a(s) língua(s) na educação de surdos filmado em fita VHS