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"As diferenças de pronúncia, de vocabulário e de sintaxe observadas por um habitante de São Paulo, por exemplo, ao comparar sua expressão verbal à dos falantes de outras regiões, como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Belo Horizonte, muitas vezes o fazem considerar ?horrível? o sotaque de algumas dessas regiões; ?esquisito? seu vocabulário e ?errada? sua sintaxe. Esses julgamentos não são levados em conta pelo lingüista, cuja função é estudar toda e qualquer expressão lingüística como um fato merecedor de descrição e explicação dentro de um quadro científico adequado." (Petter, 2002, p. 17)
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"Falantes de qualquer língua prestigiam ou marginalizam certas variantes regionais (ou pelo menos não as discriminam), a partir da maneira pela qual as seqüências sonoras são pronunciadas. Assim, determinamos variantes de prestígio e variantes estigmatizadas. Algumas variantes podem ser consideradas neutras do ponto de vista de prestígio. Temos em qualquer língua as chamadas variantes padrão e variantes não-padrão. Os princípios que regulam as propriedades das variantes padrão e não-padrão geralmente extrapolam critérios puramente lingüísticos. Na maioria das vezes o que se determina como sendo uma variante padrão relaciona-se à classe social de prestígio e a um grau relativamente alto de educação formal dos falantes. Variantes não padrão geralmente desviam-se destes parâmetros."
"Um exemplo de variante não-padrão pode ser ilustrado com as formas verbais de primeira pessoa do plural. Em vários dialetos do português brasileiro têm-se duas formas pronominais para a primeira pessoa do plural: 'nós' e 'a gente'. Cada uma destas formas requer uma forma verbal distinta: 'nós gostamos' e 'a gente gosta'. Ambas as formas são aceitas como parte da variante padrão em vários dialetos. O que caracteriza a variante não-padrão é a troca de formas de pessoa com a forma verbal: 'nós gosta' e 'a gente gostamos'." (Silva, 1999, p. 12) |