top
Estudos Linguisticos
Saussure já fazia uma diferença entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo lingüístico. Para ele, um signo como vinte é totalmente arbitrário ou imotivado. Mas um signo como dezenove é apenar parcialmente arbitrário, porque ele faz lembrar os signos que entram em sua composição, ou seja, dez e nove. O mesmo acontece com o signo bananeira, que lembra o signo banana, e cujo sufixo remete a outras árvores como macieira, laranjeira, etc. Se compararmos esses nomes de árvores a outros como eucalipto vemos que os primeiros são mais motivados do que o último.
Neste momento, vocês devem estar se perguntando o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma.
Bem, o que Saussure diz é que a motivação parcial de um signo lingüístico se explica por dois princípios: pela análise de um signo em signos menores, o que evidencia uma relação sintagmática; e pela associação desses signos a outros signos, o que evidencia uma relação paradigmática. Vejam que, em um signo como bananeira, não só a divisão sintagmática em dois morfemas - banan- e -eira - como o sentido dessas unidades é fácil de ser percebido, na medida em que elas participam de relações paradigmáticas bastante claras: banana se associa a maçã, a laranja, a abacaxi; e -eira recebe seu valor a partir de sua associação com outros morfemas como -al, em bananal, laranjal, etc.