Do mesmo modo, vamos imaginar que estejamos diante de um cão de guarda que esteja machucado. Qual das duas expressões vamos preferir para falar dele? 1- O cão de guarda machucado 2- O cão machucado de guarda
Novamente, vocês devem ter preferido a primeira, em que o adjetivo aparece depois da expressão cão de guarda, e não no meio dela. Por que é que as pessoas que conhecem português preferem a primeira frase e não a segunda? A resposta não é difícil, mas depende de alguns conceitos que são construídos dentro de uma teoria semântica e morfossintática. A teoria morfossintática estabelece que as palavras são divididas em classes: substantivos (ou nomes), adjetivos, verbos, advérbios, preposições. Para decidir se uma determinada palavra pertence a uma classe, nós aplicamos vários critérios. Quando dizemos a expressão pastor alemão, pensamos em uma raça de cachorro, que é um tipo de entidade. Não pensamos em um homem nascido na Alemanha, que seja ou pastor de ovelhas, ou pastor de alguma igreja. Por isso, sabemos que pastor alemão constitui um único substantivo: ele se refere a uma entidade específica, que é uma raça de cachorro. O mesmo acontece com a expressão cão de guarda. Essa expressão faz referência a um tipo de cachorro, que tem a função de proteger casas e que difere de outros cães.