Se compararmos os vários mapeamentos aqui apresentados, podemos verificar a trajetória da interpretação em direção a um espaço institucionalizado dentro dos Estudos da Tradução. Vale uma observação com relação ao item (18) Interpretação de Línguas Sinalizadas (em inglês, “Signed Language Interpreting”): existe uma distinção em estudos de línguas de sinais entre as “línguas sinalizadas” e as “línguas de sinais”, que, aparentemente, passou desapercebida O Dictionary of Translation Studies invoca os teóricos Brennan & Brien (1995, p. 117) para explicar línguas sinalizadas [“SIGN SUPPORTED” LANGUAGES] – por exemplo, o inglês sinalizado – como “línguas faladas transmitidas visualmente”, que se diferenciam de línguas de sinais – por exemplo, a Língua de Sinais Americana (ASL) – como línguas que possuem estrutura independente própria, totalmente desenvolvida e que funcionam como a língua nativa ou primeira língua de indivíduos que são surdos de nascença. Assim, enquanto uma língua sinalizada tenta repetir a estrutura de uma língua oral (por exemplo, o português), por meio de gestos e sinais, uma língua de sinais é uma língua formal e independente que tem uma estrutura própria. Quando dizemos que parece ter havido falta de entendimento da distinção por parte da St. Jerome – aparentemente usando “signed language” como sinônimo para “sign language”, estamos nos baseando em evidência oferecida pela própria editora St. Jerome: embora sua lista de categorias dentro dos Estudos de Tradução tenha mencionado “signed language” (língua sinalizada), esta mesma editora acaba de lançar uma série nova intitulada The Sign Language Translator and Interpreter, cujo volume 1, número 1 foi publicado em 2007 – o que comprova a emergência de um novo ramo de investigação – Sign language e não Signed language. Um dos artigos do volume refere-se à Interpretação de Línguas de Sinais (em inglês, Sign Language Interpreting) com um “território ainda não descrito no mapa” (p. 16) (tradução nossa). Observe-se que a metáfora do “mapa” para delinear os contornos e construir a identidade de um campo disciplinar tem sido constantemente utilizada pelos pesquisadores.