3. A existência do fenômeno de concordância: a concordância é uma propriedade da sintaxe, pois, para ser possível falar de concordância de uma coisa com outra coisa, é necessário que estejamos dentro de uma estrutura complexa com os itens agrupados hierarquicamente de alguma forma. Dito de maneira mais simples, não é possível falar de concordância olhando uma palavra isoladamente; apenas na relação que mantém com outras é que pode se revelar se a sua forma é ou não ditada pela forma de outras palavras presentes naquela estrutura. É verdade que tem que haver um ponto de partida, digamos assim: a forma singular ou plural do núcleo da expressão nominal (o termo determinado para Mattoso Camara Jr.) é esolhida pelo falante e depende do que exatamente ele quer falar. Vamos dizer que este ponto de partida é dado pelo contexto discursivo, entendido este termo de maneira bem larga. A questão agora é que, uma vez escolhido o núcleo da construção, a forma dos outros elementos nominais deve necessariamente se adequar à forma do núcleo: se esta é uma forma singular, todos os outros elementos do grupo nominal devem aparecer no singular; se esta forma é plural, todas as outras formas devem estar no plural. Um exemplo desse fenômeno foi dado em (3). Mas podemos dar outros exemplos que mostrem que, em certas construções sintáticas, mesmo elementos que estão fora do grupo nominal devem concordar com ele em número . .