Analistas críticos do discurso acreditam que o poder da linguagem está na suacaracterística constitutiva. Você ainda pode estar se perguntando em que medida as mudanças citadas no link 1 podem tornar-se efetivamente desafios, já que, muitas vezes, as pessoas sequer se dão conta dos efeitos sociais que o uso de linguagem pode acarretar. No entanto, queremos chamar sua atenção para o objetivo da ACD referido no parágrafo inicial desta unidade. Como ‘dissemos’, é papel dos analistas críticos do discurso expor ideologias ocultas por detrás do discurso a fim de tornar o maior número de pessoas possível conscientes de que nem tudo que é senso comum é natural, mas sim naturalizado por tradições e convenções sociais que, via de regra, perpetuam relações assimétricas de poder. Assim, quando as práticas discursivas forem percebidas – explicitamente expostas – como sendo não-fatos ou fenômenos irreversíveis e sim criações e construções sociais ‘inventadas’ pelos próprios indivíduos, tenderão a ser questionadas, podendo perder sua potencialidade de sustentar práticas sociais calcadas na desigualdade (FAIRCLOUGH, 1989, p. 85).